Como funciona o tratamento psicanalítico?
Com a frase "penso onde não sou, logo sou onde não penso", Jacques Lacan fala da premissa freudiana. Freud nos indica que o homem é um ser dividido psiquicamente. Havendo processos conscientes, que conduzem os pensamentos e ideias com as quais julgamos direcionar nossas vidas, e processos inconscientes, que localizam nossos desejos primordiais, nossa essência recalcada. Uma pulsão que busca a todo momento e por diferentes meios se fazer presente, nos mantendo em busca de algo que nos completaria, mas que não sabemos. Essa busca por completude nos remete a um desamparo, a um falta-a-ser, que gera sentimentos e emoções com os quais nem sempre conseguimos lidar sozinhos.
É com a proposta de ser um espaço de fala livre para todos que buscam entender suas ações ou estão em sofrimento, que a Psicanálise se apresenta na sua prática clínica, através da escuta de cada sujeito, do seu sofrimento e da repetição que o comanda.
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Imagem: "Édipo e a Esfinge", Por Gustave Moreau. Metropolitan Museum of Art, New York
A liberdade de ser
"Quando eu era menino, os jardins eram o lugar da minha maior felicidade. Dentro da casa os adultos estavam sempre a me vigiar. 'Não mexa aí, não faça isso, não faça aquilo...' O paraíso foi perdido quando Adão e Eva começaram a se vigiar. O inferno começa no olhar do outro que pede que eu preste contas. E como as crianças são seres paradisíacos, eu fugia para o jardim. Lá eu estava longe dos adultos. Eu podia ser eu mesmo. O jardim era o espaço da minha liberdade." (Rubem Alves, Jardins)
Assim como os jardins de Rubem
Alves, a análise funciona como um espaço de liberdade do sujeito, criança ou adulto, que precisa se encontrar consigo mesmo. Essa possibilidade de se encontrar, de poder se ver verdadeiramente, é libertadora!
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